Retinopatia Diabética

12/novembro/2020

A Retinopatia Diabética é uma doença que afeta os pequenos vasos da retina – região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. Quanto maior o tempo de evolução do diabetes mellitus (DM), maior o risco de desenvolvimento da doença, sendo encontrada em mais de 90% dos pacientes com DM tipo 1 e em 60% daqueles com DM tipo 2 – após 20 anos convivendo com a doença. Assim como também, se a glicemia não estiver sob controle, as chances de desenvolver a retinopatia diabética aumentam.

Quando esses vasos comprometidos pela Retinopatia Diabética se rompem, o sangue e outros líquidos podem extravasar para os tecidos ao redor, na retina, atingir a mácula (região central da retina), dando origem ao Edema Macular Diabético (EMD). O resultado disso é a perda da nitidez da visão, que pode até progredir para a cegueira.
Os sintomas da retinopatia diabética podem variar de acordo com o estágio da doença, mas os mais frequentes são visão borrada, percepção de pequenas “moscas” voando, flashes sendo disparados e até perda repentina da visão. No caso do Edema Macular Diabético, alguns sintomas comuns são: baixa visual, distorção de imagens, fotofobia (sensibilidade a luz), mudança na visualização das cores e alterações no campo visual (manchas ou escotomas).

Segundo a Academia Americana de Oftalmologia, no diabetes tipo 1, o primeiro exame oftalmológico anual deve ser feito até após cinco anos de tratamento clínico da doença. Mas no caso do diabetes tipo 2, o exame oftalmológico feito por especialista (retinólogo), deve acontecer logo após o paciente receber o diagnóstico, e esse acompanhamento deve ser repetido com frequência, através de exames de imagem da retina e de seus vasos (tais como mapeamento de retina, retinografia, angiografia retiniana, tomografia de coerência óptica de retina, até USG – qdo há hemorragia vítrea).

Adotar hábitos saudáveis como a prática de exercícios e manter boa alimentação também são importantes para melhorar os níveis glicêmicos, diminuindo os fatores de risco do diabetes.
O diagnóstico precoce da Retinopatia Diabética é muito importante, é essencial. Uma vez que ela seja identificada em fase inicial pode ser tratada com sucesso. Por isso, se você é diabético, sempre consulte seu oftalmologista (retinólogo).

Caso seja necessário intervenção, o tratamento da retinopatia diabética depende da fase da doença e tem como objetivo retardar ou frear sua progressão.
Nos estágios iniciais, o acompanhamento periódico com o oftalmologista pode ser o único tratamento, a menos que haja um agravamento, como por ex. o Edema Macular Diabético.
Nesses casos, o tratamento pode ser realizado com um ou mais dos seguintes métodos: fotocoagulação a laser na retina, injeções intra-oculares (intra-vítreas) com anti-angiogênicos (anti-VEGF), tratamento com implante intra-vítreo polímero farmacológico de liberação controlada de corticóide, e em último caso, cirurgia vitreorretiniana.

Dr. Cristiano Viana – chefe do Dep. de Retina e Vítreo do MSL.

Fontes:
– Conselho Brasileiro de Oftalmologia;
– Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo;
– Academia Americana de Oftalmologia.
– Retina Brasil.

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