DOENÇA OFTALMOLÓGICA NA INFÂNCIA: QUAIS AS MAIS COMUNS?
23/setembro/2020

Um elevado percentual de crianças em idade escolar apresenta doença oftalmológica na infância. Por essa razão, é muito importante fazer avaliações periódicas com um médico.
Bebês e crianças pequenas não sabem expressar suas dificuldades visuais de forma clara. Assim, cabe aos pais/responsáveis observar possíveis sintomas no dia a dia dos pequenos, conduzindo-os à avaliação médica sempre que algo estranho for notado.
Pensando em ajudar você com isso, veremos neste post algumas das doenças mais comuns nos olhos durante a infância. Interessado? Então, continue lendo e confira quais são os principais sintomas que precisam de atenção!
MIOPIA
A miopia ocorre quando a imagem não é corretamente focalizada na retina, fazendo com que se tenha dificuldades para enxergar coisas a uma distância maior. Assim, a criança míope começa a evitar brincadeiras e atividades que exijam enxergar longe, já que ela consegue ver melhor de perto.
Em muitos casos, essa doença é hereditária. No entanto, a fadiga ocular resultante do esforço para manter o foco em um ponto específico (como a tela do computador) também pode ser responsável pela sua origem. Até por isso, pessoas que passam mais tempo em atividades externas apresentam menor incidência de miopia.
Em crianças, o tratamento pode ser realizado por meio da utilização de medicamentos (como o colírio com atropina com diluição adequada, que pode ser usado em casos bem específicos), óculos ou mesmo lentes de contato.
HIPERMETROPIA
Todos os bebês nascem hipermétropes, visto que o seu globo ocular ainda não atingiu o tamanho ideal. Dessa forma, as imagens captadas são formadas após a retina, no início, a criança sente dificuldade para enxergar de perto. Com o desenvolvimento, o globo ocular cresce e esse quadro é revertido.
É possível, no entanto, que devido a um desenvolvimento incompleto, algumas crianças não tenham reversão total do quadro e continuem a apresentar a hipermetropia.
Além disso, a hipermetropia ainda pode surgir na infância devido a outros problemas. Assim, os pais devem ficar atentos aos seus sinais: tendência a aproximar muito os livros e cadernos dos olhos e assistir à televisão estando muito próximos da tela.
O tratamento da hipermetropia em crianças é feito com o uso de óculos corretivos, principalmente, quando há desvio dos olhos associado.
ESTRABISMO
O estrabismo é a perda do paralelismo dos eixos visuais, isto é, quando um ou ambos os olhos estão desviados. Isso pode ocorrer para dentro (esotropia) ou para fora (exotropia).
Até os seis meses de idade, o aparecimento de certo desalinhamento entre os olhos é normal, pois o bebê ainda não tem uma boa fixação das imagens na mácula (parte central da retina). A presença de boa visão é uma condição para que os olhos fiquem alinhados corretamente. Após essa idade, os pais devem estar atentos — quanto mais cedo o tratamento começa, maiores são as chances de cura.
Enquanto os olhos da criança ainda estão em desenvolvimento, o estrabismo pode ser tratado com o uso de um tampão, que ajuda a estimular a musculatura do olho mais fraco. Em crianças mais velhas, a correção é feita com a utilização de óculos. Cirurgias são recomendadas apenas em alguns casos.
AMBLIOPIA
A ambliopia é o desenvolvimento irregular de um dos olhos, que pode não evoluir adequadamente e acabar por ter uma participação mínima na visão da criança. Por essa razão, a doença é popularmente conhecida como “olho preguiçoso”.
Entre as suas causas mais comuns estão o estrabismo e os erros de refração (miopia, hipermetropia ou astigmatismo). Assim como o estrabismo, a ambliopia deve ser tratada com oclusão, exercícios oculares orientados e o uso de óculos. Seu tratamento deve ser precoce para o estímulo visual ocorrer de forma adequada.
LEUCOCORIA
A leucocoria se dá pelo surgimento de lesões posteriores à pupila, mas que se caracterizam como manchas brancas nessa parte do olho (leucocoria significa “pupila branca”). Por impedir a correta passagem da luz, ela pode atrasar o desenvolvimento normal das vias ópticas ou mesmo conduzir ao seu atrofiamento.
Sua avaliação é obrigatória no recém-nascido (pelo chamado “teste do olhinho”). As causas mais comuns em crianças são a catarata congênita e o retinoblastoma, mas ainda existem outras. Por essa razão, o tratamento da leucocoria deve feito de acordo com a doença causadora.
RETINOBLASTOMA
O retinoblastoma é um tumor maligno que altera as células da retina. Trata-se do tumor ocular mais frequente em crianças, e é uma das doenças oftalmológicas mais graves. Sobretudo em razão dessa doença, o teste do olhinho deve ser realizado com frequência em crianças pequenas.
Existe hoje uma série de modalidades terapêuticas para o tratamento do retinoblastoma, após diagnosticado. Esse tratamento, no entanto, será programado em conformidade com a extensão da doença — se ela está atingindo os dois olhos ou apenas um.
LACRIMEJAMENTO EXCESSIVO
O lacrimejamento excessivo pode ocorrer em bebês, e sua causa mais comum é a obstrução parcial ou total dos ductos lacrimais, impedindo a drenagem completa das lágrimas. Normalmente, esse problema é resolvido ao longo do crescimento dos pequenos, visto que seus ductos lacrimais se tornam mais alargados com o tempo. No entanto, em alguns bebês pode ser necessário realizar a massagem local ou sondagem do canal nos casos persistentes.
ALERGIA OU CONJUNTIVITE ALÉRGICA
A alergia é uma das doenças mais comuns nos olhos de crianças. Em geral, os pequenos apresentam alergia a poeira, ácaros, pelos de animais, fumaça de cigarro, pólen, mofo, poluição, perfume e cheiros fortes (como os de produtos de limpeza), apresentando seus sintomas quando há mudanças climáticas. Além disso, a alergia pode estar ligada a outras doenças, como a asma, dermatite e a rinite.
Um dos sintomas comuns nesse tipo de quadro é a conjuntivite alérgica, caracterizada por prurido (coceira) ocular, vermelhidão, inchaço das pálpebras, sensibilidade a luz e lacrimejamento excessivo. Também pode ocorrer a presença de secreção aquosa. De todo modo, isso deve ser tratado com colírios antialérgicos e lavagem ocular com soro fisiológico, além de antialérgicos orais.
É fundamental evitar o contato com o alérgeno que desencadeou a crise — para tanto, os pais devem observar em quais situações a criança desenvolve os sintomas, a fim de identificar qual é esse agente causador. Se não houver tratamento correto, a conjuntivite alérgica pode evoluir para uma bacteriana, trazendo riscos à visão.
CATARATA CONGÊNITA
A catarata congênita ou da infância é responsável por cerca de 10% dos casos de cegueira infantil, e, por esse motivo, é considerada uma das doenças oculares mais comuns nos pequenos.
Na infância, o principal sintoma da catarata é uma mancha esbranquiçada na pupila. Esse problema costuma ser notado ao se tirar uma foto com flash, quando a mancha se destaca. Essa alteração significa que há perda de transparência do cristalino, a “lente ocular”, que é fundamental para uma visão nítida.
A herança genética, ou seja, a presença de pais e outros familiares com catarata, aumenta a chance de uma criança desenvolver a doença. Além disso, infecções intrauterinas como rubéola, sífilis e toxoplasmose também podem desencadear a catarata congênita.
Em muitos casos, é preciso realizar a cirurgia para remoção da catarata e implantar uma lente intra-ocular em outro tempo cirúrgico. Também será necessário um acompanhamento rigoroso até os 10 anos e, após, um acompanhamento rotineiro para o resto da vida.
Enfim, essas são as doenças oftalmológicas mais comuns durante a infância. Felizmente, a maioria dos seus sintomas é de fácil percepção para os adultos que convivem com a criança. Identificá-los o mais cedo possível e garantir que o portador tenha o tratamento adequado é fundamental para evitar grandes danos à visão.
De modo geral, caso não apresente nenhum problema de visão, a criança deve realizar um acompanhamento anual com um profissional oftalmologista. Se houver detecção de alguma dificuldade, é essencial consultar-se no intervalo de tempo estabelecido pelo médico, a fim de evitar a progressão das doenças.
Fonte: https://retinapro.com.br/
Compartilhe: